sexta-feira, novembro 12, 2010

Gavetas da Memória II.

Mesa


Estava eu a olhar a minha mesa, da cozinha da minha casa de quando eu morava em Toledo. Foi a faísca para virem a luz da memória milhões de histórias que se passaram alí. Tantos amigos, as feijoadas do Odi, as rodadas de truco e general, aquelas festas que surgia gente não sei de onde, e era tanta gente que mal cabia no apartamento.
Hoje a mesa está coberta por uma toalha na cozinha da minha mãe servindo de suporte pros utensílios de cozinha, mas eu ainda vou fazer um quadro dela.
Eu sempre tenho saudades daquilo tudo. Foram, sem sombra de dúvida, os melhores anos da minha vida, quando eu fazia minha primeira faculdade: Filosofia. Alí, naquela cidade e naquele momento da vida, eu conheci pessoas que ficarão pra sempre comigo. Alí eu tinha minha turma.
E a vida era uma delícia, trabalhava de dia pra festar a noite, não havia regras, não havia juízo, nada que impedisse ninguém de fazer o que bem entendesse.
Hoje eu não faria as mesmas coisas, mas eu tenho saudade, não de viver aquilo novamente, mas a saudade que vai ser mesmo sempre só saudade.
E posso dizer que meu lugar no mundo é Toledo. Quando eu voltei pra lá no ano passado, quase 4 anos depois da última visita, eu chorei. Chorei na chegada e na saída, porque eu amo aquele lugar. Não pelo lugar, mas por tudo que eu vivi lá e pelas lembranças maravilhosas que eu tenho.