sábado, agosto 28, 2010

Conto de amor eterno...

Pode parecer bobo, e pode não ter importância nenhuma.
Pode não ser comovente...
Não pra quem lê...
Pode não ser o que vocês esperavam ler aqui...
Mas essas palavras, escritas num bilhete pra mim, há alguns anos, são as palavras que mais me alegram e ao mesmo tempo entristecem...
Eu perdi.

Vou transcrevê-las aqui:


"Borboleta, fico eternamente grato por ter te conhecido. De todos os passeios que demos, mais valeu aquele por dentro de nós mesmos. Você brilha. Te amo".


Queria poder te dizer que também o amo... queria te dizer que nunca deveria ter deixado você ir...
Pra sempre, sempre mesmo, você estará comigo, e não há um dia em minha vida que eu não pense em você, não há sequer um dia que eu não sinta saudades, meu amor.

quarta-feira, agosto 25, 2010

A mulherzinha.

Hoje quem fala é a Razão.

A Razão fazendo uma confissão.

Devo admitir que não possuo muita facilidade em assumir que tenho um lado mulherzinha. Não no sentido vulgar da palavra, mas no sentido de mulher que chora vendo final de novela.

Confesso que não tenho paciência pra ficar escolhendo cor de esmalte, nem pra ir ao cabeleireiro.

Talvez não dar espaço à mulherzinha que vive dentro de mim tenha a ver com o fato de que devo parecer sempre muito racional e forte. Em casa, no trabalho, com os amigos. Sempre preciso ser racional e forte. Afinal, eu sou uma aspirante a intelectual, e intelectuais não devem ser muito emotivos.

Mas, agora, passando por um momento de ócio forçado depois do final do meu contrato no trabalho, estando desempregada, voltei a assistir, desde o começo, Grey’s Anatomy. E meu lado mulherzinha aflorou. Ai como é tudo emocionante. Tudo me faz chorar. Assim como As Pontes de Madison, o filme mais mulherzinha da face da terra, e que me faz debulhar em lágrimas. Até por que As Pontes de Madison mexe comigo além do simples motivo de ser um filme emocionante, me faz lembrar que a vida é feita de escolhas, e que de algumas delas nos arrependemos pelo resto de nossos dias, mas isso não vem ao caso.

E acho que é isso... confissão feita. Tenho meu lado mulherzinha, mas não tem nada a ver com sapatos de salto, mas com coisas aparentemente banais que me fazem parecer um bebê chorão, que chega a soluçar...

Seria cômico, se não fosse trágico. Ou não!

segunda-feira, agosto 23, 2010

A vida é patética.

Quando somos crianças achamos carga demais pra nossas vidas ter que levantar cedo e ir pra escola todos os dias, que é um saco ter que fazer um curso, treinar um esporte, porque nossos pais acham que isso é bom pra nossas vidas, e não vemos a hora de chegar à vida adulta para que possamos ter o poder de escolha de fazer o que bem entender.

Quando finalmente chegamos a vida adulta, não depois dos 18 anos, mas quando realmente nos damos conta de que não somos mais crianças, percebemos que a vida é patética.

A vida é patética porque temos que nos apegar a outras pessoas pra tentar desenterrar uma faísca de felicidade. A vida é patética porque há momentos que gostaríamos de eternizar dentro de uma garrafinha pra que pudéssemos reviver quando bem entender. A vida é patética porque concentramos todas as nossas forças em relacionamentos que não dão certo, mas precisamos ter alguém a nosso lado só pra não parecermos as pessoas mais solitárias do mundo.

A gente percebe que tem um amigo de verdade, daqueles que a gente pode ligar as 3 horas da manhã que ele estará sempre disposto a ouvir nossos problemas, mesmo que sejam os mais sórdidos, mas nos damos conta que esse amigos agora tem família, filho, e que a preocupação dele vai muito além de uma crise existencial.

A vida é patética porque, como Alice, temos sempre que correr atrás de um coelho branco a procura de algo melhor, mas o que encontramos pelo caminho é cada vez mais confusão, nunca uma resposta.

A vida é patética porque só os tolos triunfam, e as pessoas estacionadas no parque da consciência de que a vida não vale a pena fracassam e fracassam a cada minuto que passa.

Percebemos que perdemos a chance de viver um grande amor, que uma pessoa que nos fez muito feliz hoje faz feliz outra pessoa, e que não somos mais a borboleta azul, porque até o apelido já não é mais cabível...

Percebemos que as pessoas que conhecemos através das telas as vezes são as únicas pessoas que nos trazem algum conforto, porque a vida é dura, e acabamos perdendo o contato real, com pessoas reais.

Percebemos que não somos mais capazes de chegar pra alguém por quem estamos apaixonados e simplesmente dizer que estamos apaixonados, sem se importar com o pior, porque há muitas coisas na vida piores que um não, e que as paixões vem e vão, e não são tão profundas quanto o amor, quanto ser a borboleta azul de alguém...

E trabalhamos, e trabalhamos e trabalhamos pra que? Simplesmente porque precisamos de um salário no fim do mês, e provavelmente nunca teremos nossos grandes sonhos (que mudam a cada 12 ou 24 horas) realizados.

Percebemos que fazer sexo só por fazer não nos faz mais bem, pelo contrário, nos faz sentir ainda mais solitários, e que podemos beber duzentas cervejas que o mundo não será um lugar melhor.

Percebemos, que é muito melhor estar 24 horas por dia trabalhando e ocupados com problemas banais, pelo menos assim não nos pegamos pensando em um milhão de motivos que tornam a vida cada dia mais patética.