Sabe, eu fico muito feliz de ter recebido um monte de mensagens, de ver que tem um monte de gente torcendo por mim e para que tudo fiquei bem logo, e que tenha ficado feliz com a possibilidade de boas notícias.
Mas eu preciso explicar direitinho as coisas como elas aconteceram.
Não, eu não estou curada. Na verdade os médicos só consideram cura depois de 5 anos de remissão da doença, porque esse período de 5 anos é crítico. E o que é remissão? É um período pós-doença em que não há mais atividade da doença no organismo.
E o que aconteceu comigo? Eu estou em provável remissão. É isso. Provável. Nada confirmado ainda.
Lógico que eu quero pensar no melhor e quero pensar que eu estou sim em remissão, mas não quero dar pulos de alegria e alimentar expectativas que podem ainda não ser verdadeiras. Porque eu já alimentei expectativas com a comida errada e sofri demais com isso.
Então, por enquanto, eu prefiro me manter neutra.
Estive em Curitiba de terça até ontem e estive em consulta com o Dr. Ricardo Pasquini, e com a Dra. Carolina do STMO do HC.
A constatação do Dr. Pasquini foi de que meu exame foi feito muito rapidamente, que a radioterapia age no organismo por um tempo estimado de 3 meses, e 1 mês não mostraria um resultado adequado. Dia 26 agora de fevereiro completam-se 2 meses de findada a radioterapia, então ele me pediu para repetir o PET-CT daqui um mês e lá em Curitiba, na clínica de confiança dele.
Aqueles "novos nódulos" que apareceram no outro exame podem ser, de acordo com ele, calcificações provocadas pela própria radioterapia, ou seja, efeitos colaterais que levam esse tempo de 3 meses para sumirem.
Ele foi muito otimista e bem enfático ao dizer que eu posso sim estar em remissão, mas que precisamos desse tempo para saber. Porque a doença sempre foi localizada e lenta, dificilmente ela se espalharia assim pra outros locais em tão pouco tempo.
O resultado da radioterapia foi muito bom, isso não se pode negar, mas o tempo é necessário para as respostas adequadas.
De acordo com o médico, se ainda restar alguma coisa depois desse tempo ele pedirá uma nova biópsia, para confirmar se é doença ativa ou apenas uma cicatriz. Se for confirmado doença ativa, partiremos para o Adcetris.
É disso que eu gosto do Dr. Pasquini, é seguro do que fala, passa confiança, traça planos a longo prazo, dá respostas. Ela vê com atenção todos os exames, viu de novo os que já tinha visto e analisou muito bem os novos, examina detalhadamente o corpo, faz muitas perguntas e está disposto a responder muitas também, sejam elas tão "bobas" quanto possam parecer.
Perguntei a ele se posso voltar a estudar, e a resposta foi o que mais me alegrou nisso tudo: ''não só pode, como deve, sua cabeça permitindo, seu estado clínico permite". Então, semana que vem, Aline volta às aulas do mestrado como uma criança volta às aulas na pré-escola, cheia de vontade, feliz, boba...rs.
A Dra. Carolina disse praticamente a mesma coisa que o Dr. Pasquini. E uma coisa que foi dita pelos 2: o transplante autólogo está descartado. Mas não porque eu não precise dele, mas porque os riscos seriam maiores que os possíveis benefícios no meu caso de insuficiência renal e de não responder adequadamente aos protocolos de quimioterapia.
O transplante alogênico talvez fosse uma boa opção, mas o problema nos rins complica muito isso.
Então, a melhor opção mesmo é o uso do Adcetris, caso ainda haja doença ativa, e eu espero que não.
Então é isso, gente, creio que tivemos uma reação exagerada diante das notícias que podem ser animadoras.
Eu ainda não estou curada, a remissão ainda não foi comprovada (mas é uma possibilidade), e é isso. Vamos reforçar aí as torcidas e as orações para que tudo dê certo. Meu retorno ficou marcado para o dia 09 de abril, e é lá que saberemos de tudo.
Beijocas :* Força e fé.