sexta-feira, abril 29, 2011

Entrevista...

Há um tempo dei uma entrevista pra RPC que foi veiculada pelo Jornal Paraná TV primeira edição.
Era sobre o blog e as dificuldades de fazer quimioterapia em outra cidade...
Gente, e que horror é isso, isso que, como eu digo na entrevista, eu vou de carro próprio e tenho gente sempre comigo pra me auxiliar, mas é uma tortura terminar a quimio e enfrentar 140 km de estrada ainda, com tontura, náusea, enjôo...

Bem, vou postar a entrevista. Há alguns erros nela que devo pontuar. Dos que me lembro: Descobri o câncer há menos de 8 meses. A primeira suspeita veio no dia 26 de dezembro do ano passado; Umuarama não é a cidade mais próxima para o tratamento de Paranavaí, e sim Maringá. Faço em Umuarama por me dividir entre aqui e lá, pois meu pai e meu irmão mais velho moram lá.

PS: minha quimio não é dessas de 72 horas que o médico disse. Minha aplicação dura de 4 a 5 horas.
Bem, dúvidas, elogios, esculhambos, nos comentários, please.
PS2: me achei extremamente feia na TV... que isso??? rs.



Obrigada a todos que estão comigo nessa.
Beijos

domingo, abril 17, 2011

As três partes de mim...

Tem uma história que eu sempre quis contar aqui e ainda não tinha contado, mas hoje vai.

É a história do As três partes de mim.

Eu, Aline, criei esse blog no dia 2 de outubro de 2006, alguns meses depois de eu me mudar pra Paranavaí e deixar meus amigos todos em Cafelândia e Toledo. Mudei pra cá em fevereiro e passei alguns meses bem isolada de tudo, por não conhecer ninguém e estar um pouco deprimida por várias coisas, entre elas deixar a faculdade de Filosofia.

Mas isso tudo não vem ao caso.

A história que eu quero contar envolve três pessoas: 

Aline, Lu e Rosele.

Nunca na vida eu poupei declarações de amor aos meus amigos, mas com essas duas aqui existe uma história diferente, porque num belo dia acordamos e olhamos uma pra cara da outra e resolvemos fazer alguma coisa pra eternizar o momento que estávamos vivendo. Não era nada pra fazer com que nossa amizade fosse eterna, era pra eternizar um momento tão bom...

E nós fizemos isso: 


Sim, uma tatuagem. Cada uma dessas flores representa uma de nós.

Em nenhum momento pensamos que poderíamos nos arrepender por isso, e de fato não nos arrependemos.

Nós três sempre fomos muito unidas e era como se tivéssemos nascido juntas porque nunca faltava assunto, a não ser quando uma via que a outra precisava de silêncio, e a gente sempre soube se interpretar e respeitar. E nós brigamos e fizemos as pazes e fizemos reuniões pra discutir nossos defeitos e também o quanto aprendemos umas com as outras.

Nos divertimos e choramos muito juntas. Na verdade nos divertimos muito mais do que choramos. E como nos divertimos. As pessoas  nos davam apelidos e a gente ria desses apelidos.
Em uma de nossas reuniões chegamos a conclusão de que juntas formávamos um todo, porque uma era mais emocional, outra mais racional e outra mais sexual. E daí que vem AS TRÊS PARTES DE MIM: razão, emoção e sexo.
Porque estávamos sempre juntas e nos entendemos e nos lemos e nos conhecemos... uma amizade no mais literal sentido da palavra...

Bem, mas eu vou resumir um pouco. 

Eu vim embora, deixei tudo pra trás, fiquei um pouco deprimida e minha mãe insistiu pra que minhas amigas viessem pra cá pra me animar um pouco e uma delas veio: a Lu. Ela também já não estava mais em Toledo e a Rosele havia ficado por lá.

Eis que nesse passeio a Lu conheceu quem hoje é seu marido e eles acabaram de ter uma filha que é a minha afilhada que eu disse no post anterior. E já faz mais de ano que ela também veio embora pra cá e mora pertinho de mim. Mas isso não vem ao caso agora...
A Rosele continua em Toledo, a amizade a mesma apesar da distância.

Numa das viagens da Lu pra cá nós resolvemos criar esse blog pra ser de nós três, escreveríamos e assinaríamos cada uma com a sua denominação.

Mas acabou que só eu escrevi e estou aqui escrevendo até hoje...
Mas eu não ouso mudar a descrição. Esse blog é de nós três. Elas dizem que eu escrevo melhor, mas as portas estão abertas pra quando elas quiserem escrever o que quiserem.

Bem, meninas, quero que saibam que amo vocês e que a tatuagem não eternizou só o momento, a amizade também grudou.

segunda-feira, abril 11, 2011

Efeitos Colaterais...

Desculpa por ter deixado o blog às moscas por uns dias, mas quando não estou mal estou ocupada... o Mestrado tem me ocupado bem o tempo e a cabeça.

Hoje resolvi falar sobre os efeitos colaterais da quimio.. só eles...

Ah... os efeitos colaterais são cruéis demais. 


Enjôo, mas é uma coisa estranha, porque dá nojo de comida, só de pensar dá vontade de vomitar.
Tem horas que dá aquela fome absurda e de pensar em comida dá ansia. Isso varia de sessão pra sessão, as vezes dura dois dias, dessa última vez durou uns 5 dias.

Eu só conseguia comer coisa azeda. Pepino em conserva foi a minha salvação.
Água eu só conseguia tomar com limão... um limão inteiro num copo de água era a coisa mais deliciosa do mundo.

Não posso ainda nem pensar em carne moída, leite com café e pão francês: coisas que comi no hospital. Nada que eu como lá consigo comer de novo depois. Não por ser ruim, a comida de lá é ótima, mas pela situação, eu acho.

Aí tem as dores no corpo, que são trash... a água do chuveiro batendo no corpo parece que são agulhas sendo espetadas em cada pingo. Principalmente nas pernas. E essa dor é constante, dura uns dois dias.  Dói demais, demais mesmo.

Tontura por causa dos medicamentos fortes e da falta de comida que dura uns 4 dias... Normalzinho, né?


Queda de cabelo e dos pelos do corpo... que me levaram a cortar o cabelo curto. Não deixou de cair, mas eu sinto bem menos o impacto com o cabelo assim curtinho. O que acharam???


E foi isso que observei...

E sério, eu pareço forte quando tô bem, mas na semana mal eu desabo, choro, grito, reclamo, xingo, esperneio, juro pra mim mesma que eu vou desistir de tudo... mas passa.


Ah, quero deixar aqui o post que o Luiz fez pra mim no blog dele que me fez chorar horrores de emoção ao ler:





Como sempre, quero agradecer a todos que estão torcendo por mim e pedir para que continuem torcendo que a luta aqui não é nada fácil e eu preciso da força de vocês.

PS: Queria compartilhar a grande alegria que tive essa semana de ganhar uma afilhada, a Bárbara, filha da minha grande amiga Lu, que é mais que uma irmã. Me sinto mais que honrada, porque ser madrinha é tipo ser uma vice-mãe, né??? E o amor que eu tenho por elas é imenso.


Beijoks e até a vista *-*