segunda-feira, agosto 23, 2010

A vida é patética.

Quando somos crianças achamos carga demais pra nossas vidas ter que levantar cedo e ir pra escola todos os dias, que é um saco ter que fazer um curso, treinar um esporte, porque nossos pais acham que isso é bom pra nossas vidas, e não vemos a hora de chegar à vida adulta para que possamos ter o poder de escolha de fazer o que bem entender.

Quando finalmente chegamos a vida adulta, não depois dos 18 anos, mas quando realmente nos damos conta de que não somos mais crianças, percebemos que a vida é patética.

A vida é patética porque temos que nos apegar a outras pessoas pra tentar desenterrar uma faísca de felicidade. A vida é patética porque há momentos que gostaríamos de eternizar dentro de uma garrafinha pra que pudéssemos reviver quando bem entender. A vida é patética porque concentramos todas as nossas forças em relacionamentos que não dão certo, mas precisamos ter alguém a nosso lado só pra não parecermos as pessoas mais solitárias do mundo.

A gente percebe que tem um amigo de verdade, daqueles que a gente pode ligar as 3 horas da manhã que ele estará sempre disposto a ouvir nossos problemas, mesmo que sejam os mais sórdidos, mas nos damos conta que esse amigos agora tem família, filho, e que a preocupação dele vai muito além de uma crise existencial.

A vida é patética porque, como Alice, temos sempre que correr atrás de um coelho branco a procura de algo melhor, mas o que encontramos pelo caminho é cada vez mais confusão, nunca uma resposta.

A vida é patética porque só os tolos triunfam, e as pessoas estacionadas no parque da consciência de que a vida não vale a pena fracassam e fracassam a cada minuto que passa.

Percebemos que perdemos a chance de viver um grande amor, que uma pessoa que nos fez muito feliz hoje faz feliz outra pessoa, e que não somos mais a borboleta azul, porque até o apelido já não é mais cabível...

Percebemos que as pessoas que conhecemos através das telas as vezes são as únicas pessoas que nos trazem algum conforto, porque a vida é dura, e acabamos perdendo o contato real, com pessoas reais.

Percebemos que não somos mais capazes de chegar pra alguém por quem estamos apaixonados e simplesmente dizer que estamos apaixonados, sem se importar com o pior, porque há muitas coisas na vida piores que um não, e que as paixões vem e vão, e não são tão profundas quanto o amor, quanto ser a borboleta azul de alguém...

E trabalhamos, e trabalhamos e trabalhamos pra que? Simplesmente porque precisamos de um salário no fim do mês, e provavelmente nunca teremos nossos grandes sonhos (que mudam a cada 12 ou 24 horas) realizados.

Percebemos que fazer sexo só por fazer não nos faz mais bem, pelo contrário, nos faz sentir ainda mais solitários, e que podemos beber duzentas cervejas que o mundo não será um lugar melhor.

Percebemos, que é muito melhor estar 24 horas por dia trabalhando e ocupados com problemas banais, pelo menos assim não nos pegamos pensando em um milhão de motivos que tornam a vida cada dia mais patética.

2 comentários:

Leonardo (eu) disse...

sua vida não é patética, tenha certeza disso.

você é uma moça muito interessante, esforçada.... sempre foi um exemplo pra mim, e se tem uma coisa que eu sei que você não é, é "patética".

você é inspiradora, tenha certeza disso! gosto muito de você

celiacristinamuraro@yahoo.com.br disse...

patética é a mulher do pateta? amovc.