quarta-feira, novembro 09, 2011

O desespero de uma mãe...

Gostaria hoje de chamar a atenção pra uma situação que aconteceu no mesmo hospital em que eu fazia tratamento em Umuarama. Sim, aquele tratamento em que o médico, o "Dr." Marcos Paulo Martins simplesmente deixou de atender os pacientes e até hoje não sei porquê (Senhor secretário de saúde de Umuarama, poderia me explicar o que aconteceu?).
É um relato de uma mãe desesperada. Entrei em contato com ela e fui autorizada a postar o texto aqui no blog. Leiam e repassem, se puderem.




Caros amigos,
 
 
Ontem a noite (30/10) - por volta das 21h - a minha filhinha caçula Ranauê Cristina, de 8 anos, passou mal, com vômito e fortes dores abdominais. Fomos até o Pronto Atendimento, que estava um caos.
 
Atenção prefeito Moacir Silva - O pátio do PAM estava todo sujo, enlameado - um ambiente horrível e deprimente - dezenas de crianças e adultos esperavam para serem atendidos. Havia vômito e sangue no chão. Os atendentes não se dignavam a dar uma informação. Mal olhavam para o rosto das pessoas ali (a maioria desesperada).
 
Como minha filha reclamava muito, resolvi levar direto para o Hospital de Plantão (Instituto Nossa Senhora Aparecida). Chegando lá paguei R$ 200 reais por uma consulta. O Médico veio prontamente atender - Dr. Ney Carlos Do Amaral. O ambiente era limpo e muito agradável, havia sofás, pufs, um banheiro limpo, cházinho, café e até bolachinhas... A decoração então, primorosa.

O Médico foi excelente, educado, atencioso... nos fez sentir muito mais seguras. Fez um bom exame clinico completo... Conversou, investigou e explicou. Com a Rana devidamente examinada, passei na farmácia, comprei os medicamentos (TRÊS SACOLAS DE REMÉDIOS - 180 reais) e fui para casa. Contudo, mesmo depois de medicada, ela continuou passando mal, com vômitos e se queixando de muitas dores.
 
Por volta da meia noite, a Rana focou pior, vomitando muito e dizendo que não aguentava mais e se contorcia de dor.... Assustada, resolvi voltar às pressas para o Hospital. No caminho liguei para que o médico pudesse ser acionado o mais rápido possível, pois a menina estava desmaiando....

Mas, para minha SURPRESA E DECEPÇÃO - a atendente (FRANCINE) me informou - COM UMA INDIFERENÇA QUE ME FEZ ARREPIAR - que ele não me atenderia, pois já havia encerrado o expediente. E SECAMENTE, me disse que essa era a sua última palavra. Eu não queria acreditar, afinal, eu já havia levado minha filha na Clinica dele (CLÍNICA CRESCER) e fomos muito bem atendidas... sempre um médico carinhoso, atencioso....

Então pedi que viesse outro médico. Mas, a recusa foi na hora. Se eu aceitasse pagar outra consulta (+200 reais) poderia até pedir outro médico - o que levaria um bom tempo, pois ele teria que ser chamado, levantar, sair de casa e se dirigir até o hospital - caso contrário - QUE MINHA FILHA FOSSE ATENDIDA PELO SUS. Naquele momento, já estávamos no Pronto Socorro do hospital.

MAS, ORA BOLAS... eu tinha pagado por um serviço PARTICULAR... onde estão os meus direitos Procon?????

Enquanto discutia-se isso tudo, minha filha sofria de dor... e eu com a dor mais terrível que uma mãe pode sentir - A IMPOTÊNCIA DIANTE DA DOENÇA - então, a fortaleza aqui desabou E CHOREI - me senti tão HUMILHADA. 

Pedia insistentemente que viesse outro médico, que eu pagaria.. Pagaria qualquer coisa para que ela fosse pelo menos atendida - mas, não havia nenhum médico ali e nenhum que pudesse ser chamado imediatamente - nisso já tinha se passado mais de meia hora e a minha filha toda molinha, gemendo de dor..... demaiando no meu colo.


SEM ATENDIMENTO - NEM PARTICULAR, NEM PÚBLICO - que desespero!

AMIGOS - FOI A PIOR NOITE DA MINHA VIDA - E ESTAVA LONGE DE ACABAR...

Nesse meio tempo o médico de plantão do SUS (DR. Humberto) foi liberado e diante da emergência fui com ela ao consultório público- QUANTA DIFERENÇA - a minha menina se contorcendo em dor e nenhuma cadeira havia para se sentar e esperar ser atendida

O PIOR - NEM LENÇOL TINHA PARA COLOCAR NA MACA - QUE ESTAVA VISIVELMENTE SUJA, COM MARCAS QUE NÃO SEI SE ERAM FEZES OU SANGUE -Perguntei ao médico: COMO COLOCAR MINHA FILHA DOENTE EM CIMA DESSA SUJEIRA DR ???? ELE SEQUER RESPONDEU - PARECIA ENVERGONHADO - A situação era tão horrível que fiquei com medo de ela contrair outras doenças ali... tirei minha jaqueta e estendi na maca para ela deitar em cima... ou deitava naquela maca suja para ser examinada, ou.... não seria examinada.
 
O médico de plantão - muito atencioso - a examinou novamente, mas disse que o certo é que o médico que havia atendido primeiro, viesse reavaliar. Ele apenas mandou dar mais uma dose dos remédios de dor e vômito e liberou para voltar para casa..
 
COMO NÃO SOU DE ME CALAR, RECLAMEI AO OUTRO MÉDICO DA ATENDENTE DO HOSPITAL, QUE NÃO TEVE A MÍNIMA SENSIBILIDADE COM UMA MÃE QUE ESTAVA ALI COM A FILHA DOENTE - quem é mãe sabe do que estou falando... segundo ela, cumpria ordens para não chamar o médico em HIPÓTESE ALGUMA.

 
Quando ela ouviu lá de fora que eu reclamava dela, INVADIU o consultório, INTERROMPENDO A CONSULTA, visivelmente alterada, querendo se justificar... e eu disse calmamente que não tinha justificativa.

RESULTADO - ELA GRITOU COMIGO COMO SE EU ESTIVESSE RECLAMANDO DE UM DEFEITO EM UM SAPATO OU ROUPA QUE MANDEI CONSERTAR... minha filha doente e eu deveria ainda ficar CALADA

ELA DIZIA QUE NÃO PODIA FAZER NADA... QUE A CULPA ERA DO MÉDICO QUE DESLIGOU O CELULAR- eu não estava em uma loja, mas em um hospital. Não reclamava por um defeito em uma COISA... mas, da saúde da minha FILHA - eu tinha o direito de estar alterada, nervosa e até de gritar, se fosse o caso...
 
A indignação foi crescendo e diante de tanta HUMILHAÇÃO, me identifiquei como jornalista... e COM TODA A SERENIDADE.... disse que denunciaria a situação.


De repente, algo aconteceu... todos vieram me atender. Até o médico que recebeu a consulta e estava com o celular desligado - me telefonou momentos depois - muito educado, muito gentil... mas, naquela altura tudo que não poderia acontecer, já tinha acontecido.
 
De volta para casa, durante a noite MINHA FILHA continuou passando dores e vomitou pelo menos mais umas 3 ou 4 vezes. Mas, finalmente, por volta das 5 da manhã o vômito cessou e ela conseguiu ficar com o remédio para dor no estômago.

Não sou da área da saúde, mas, creio que uma criança com esses sintomas deveria ter sido internada, já no primeiro atendimento. Nem que fosse para tomar um soro e depois ser liberada.... Eu passei a noite em claro ao lado dela, com aquele sentimento de mãe - SE EU PUDESSE TROCAVA DE LUGAR COM A MINHA PEQUENINA... Chorei algumas vezes e choro agora de novo ao redigir essa carta.
 
Hoje de manhã a secretária da Clinica do Dr. Ney ligou perguntando como ela estava e se prontificando para qualquer emergência, que o médico está a disposição. Isso foi educado, mas, não repara em nenhum momento o que aconteceu. Até agora estou abalada, nervosa e me sentindo humilhada.
 
Não quero atendimento especial porque sou da imprensa - quero atendimento igual e de qualidade para todas as mães, que como eu, lutam para que seus filhos tenham o melhor.
 
Rosi Rodrigues - MÃE.

4 comentários:

Jisa disse...

Sem mais nenhuma palavra; REVOLTANTE!

CLAUDINÉIA disse...

É NESSAS HORAS QUE SINTO VERGONHA DO NOSSO BRASIL....É ESSE OS DIREITOS UNIVERSAIS QUE TEMOS...~DINHEIRO PARA OBRAS PARA COPA ..PARA ISSO PARA AQUILO E NOSSOS FILHOS DESAMPARADOS....NAS MÃO DE PESSOAS QUE SÓ DÃO VALOR AOS GRANDES..AOS RICOS E PODEROSOS...QUE DEUS OLHE POR NÓS COM CARINHO E COMPAIXÃO....

Anônimo disse...

Amiga se fosse comigo eu fazia um escandalo que nem imagina. Eu sou mãe e faço tudo pelos meus filhos.Por eles se for preciso eu mato! A saúde é um direito que nos assiste a uma criança muito mais. Compreendo o seu desespero e indignação. Desejo muito boa sorte para si e para a sua filha e por favor não deixe esta situação ficar por aqui. O que aconteceu com a sua filha infelizmente vai acontecer a outros

josé roberto balestra disse...

Sra. Rosi Rodrigues, por favor, uma triste denúncia dessas tem de chegar urgente à televisão e ao Ministério Público, independentemente da profissão da senhora.

Indignado como tudo o que a senhora conta aí, objetivamente tomo a liberdade de sugerir-lhe que entre em contato amanhã mesmo, a partir das 7 horas da manhã, com o telefone (44) 3218-7238, e fale com Vanessa, que é a responsável pela produção do Programa BALANÇO GERAL, apresentado por Léo Júnior, em Maringá, pela RICTV.

Esse apresentador é pessoa muito humana, e vem apresentando ótimos trabalhos em prol das pessoas que o procuram, tão só pela audiência, nada mais.

A Vanessa irá colocá-la para falar diretamente com o apresentador Léo Júnior.

Sra. Rosi Rodrigues, a SAÚDE PÚBLICA umuaramense (e de todo o país) precisa se livrar desses maus médicos e atendentes subservientes, e isso só será possível com denúncias de efeito.

BOA SORTE! E que Deus dê SAÚDE PLENA à sua Ranauê.

abs